Data: 07-02-2014
Criterio: A4c;B2ab(i,ii,iii,iv)
Avaliador: Luiz Santos
Revisor: Luiz Santos
Analista(s) de Dados: Luiz Santos
Analista(s) SIG: Marcelo, Thiago
Especialista(s): Lidyanne Aona, Marco Octavio Pellegrini
Justificativa
Espécie herbácea, popularmente conhecida como “marianinha”, ocorre nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Aona & Pellegrini; Pellegrini et al., 2013). É encontrada em Cerrado e Mata Atlântica, onde se desenvolve em Floresta de Galeria sobre afloramentos calcários, Floresta Semidecidual e Floresta Higrófila (Pellegrini et al., 2013). Forma subpopulações constituídas por poucos indivíduos, preferencialmente em locais sombreados e úmidos (Pellegrini et al., 2013). Está sujeita a menos de 10 situações de ameaça, considerando suas localidades de ocorrência, sendo poucas as subpopulações protegidas por unidades de conservação. Esse fato, somado à intensa exploração do solo com as atividades agropecuárias (Herrmann et al., 1998; Pellegrini et al., 2013), a mineração e o desenvolvimento urbano (Herrmann et al., 1998), afeta sua área de distribuição e a coloca em risco de extinção. A espécie pode apresentar uma redução populacional significativa em um futuro próximo, causado pelas ameaças incidentes que acarretam declínio de EOO, AOO, da extensão e qualidade de seus hábitats e da representatividade de suas subpopulações.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Tripogandra warmingiana (Seub.) Handlos;
Família: Commelinaceae
Sinônimos:
Descrita em Rhodora 77(810): 311. 1975. Conhecida popularmente por "marianinha" (Aona & Pellegrini, 2013; Pellegrini et al., 2013). Distingue-se das outras espécies brasileiras por sua estatura pequena e seu hábito rastejante, folhas membranáceas e sub-pecioladas apenas na porção basal da planta, veias mediais oblíquas, inflorescência extremamente pequena com poucas flores, flores diminutas, e pequenas sementes cinzas, triangular-arredondadas com testa reticulada; similar a T. diurética, diferindo-se principalmente pelos caracteres da inflorescência e flores (Pellegrini et al., 2013).
A espécie forma pequenos "tapetes", constituídos de pouco indivíduos (Pellegrini et al., 2013).
Ocorre nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Aona & Pellegrini, 2013), porém segundo Giulietti et al. (2009) sua ocorrência restringe-se a Minas Gerais, municípios de Lagoa Santa e Corinto (Vale do Rio Bicudo); encontrada entre 50 e 800 m de altitude (Pellegrini et al., 2013).
Caracteriza-se por ervas decumbentes na base, com até 19 cm de altura; terrícolas e anuais (Barreto, 2009; Aona & Pellegrini, 2013; Pellegrini et al., 2013); encontrada em floresta de galeria em afloramentos calcários, subosque de Mata Atlântica, Florestas Semideciduais, Floresta Higrófila, vegetação de Cerrado, em locais sombreados e úmidos (Pellegrini et al., 2013); também em Mata Atlântica secundária (J.A. Lombardi 3652); considerada uma espécie "Em perigo" (EN B2a), por ocorrer em Unidades de Conservação em apenas duas das quatro localidades de ocorrência (Pellegrini et al., 2013). Apresenta capacidade de crescimento clonal; entretanto, morrem após completar o seu ciclo de vida, assim como o indivíduo original (Pellegrini, com. pess.).
Espécimes em flor coletados ou vistos de dezembro a junho, e em fruto de abril a julho (Pellegrini et al., 2013).
2.1.3 Agro-industry farming
Incidência
regional
Severidade
very high
Detalhes
Espécie ameaçada pelo intenso desmatamento que acomete a região do Cerrado, devido principalmente as atividades agro-industriais (Pellegrini et al., 2013).
3.2 Mining & quarrying
Incidência
local
Severidade
high
Detalhes
A mineração é uma ameaça presente na APA Carste de Lagoa Santa, MG, e contribui para o declínio da qualidade do habitat de ocorrência da espécie (Herrmann et al., 1998).
1 Residential & commercial development
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
A expansão urbana e industrial, além da ocupação desordenada do solo são fatores de ameaça constante a região da APA Carste de Lagoa Santa, MG (Herrmann et al., 1998).
2 Agriculture & aquaculture
Incidência
local
Severidade
high
Detalhes
A prática pouco racional da agricultura exerce forte impacto a região da APA Carste de Lagoa Santa, MG (Herrmann et al., 1998).
2.3 Livestock farming & ranching
Incidência
local
Severidade
high
Detalhes
A prática da pecuária possui um impacto significativo na região da APA Carste de Lagoa Santa (Herrmann et al., 1998).
1.1 Site/area protection
Situação: on going
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Reserva Ecológica do Rio das Pedras (J.A. Lira Neto 473) e Parque Estadual da Serra da Tiririca no estado do Rio de Janeiro, APA Carste de Lagoa Santa e Estação Biológica de Caratinga em Minas Gerais (Herrmann et al., 1998; Pellegrini et al., 2013).
- AONA, L.Y.S.; PELLEGRINI, M.O.O. 2013. Commelinaceae In Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB28364).
- PELLEGRINI, M.O.O.; AONA-PINHEIRO, L.Y.S.; FORZZA, R.C. Taxonomy and conservation status of Tripogandra warmingiana (Seub.) Handlos (Commelinaceae), a previously obscure taxon from Brazil. Phytotaxa 91 (2): 39–49, 2013.
- BARRETO, R.C. Commelinaceae. In: GIULIETTI, A.M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M.J.G.; QUEIROZ, L.P.; SILVA, J.M.C. Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte. Conservação Internacional; Universidade Estadual de Feira de Santana, 2009. pp. 143-144.
- HERRMANN, G.; KOHLER, H.C.; DUARTE, J.C.; CARVALHO, P.G.S. Plano de Manejo Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. IBAMA; CPRM; GERIDE; Fundação Biodiversitas. Belo Horizonte, MG. 1998.
CNCFlora. Tripogandra warmingiana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tripogandra warmingiana
>. Acesso em .
Última edição por Lucas Moulton em 20/11/2014 - 14:10:47